CADERNO DE ESPORTES
William da Silva Lima, o Professor
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William chegou no Instituto Penal Candido Mendes, na Ilha Grande, em 1971, e foi um dos fundadores da facção. O Professor atuava como um representante dos presos, redigindo petições e cartas para as autoridades. Ele cumpriu pena em regime fechado durante mais de três décadas. Quando morreu, em 2019, estava em regime aberto e era monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Suas condenações somavam 95 anos e seis meses de prisão por crimes como assaltos a banco, extorsão e sequestro.
Em entrevista ao GLOBO, em 2017, ele relembrou os motivos que levaram à criação da maior facção criminosa do Rio:
— Não havia regras de comportamento naquela época nos presídios. Um preso desrespeitava o outro. Imagina um pai de família sendo violentado, estuprado. Ou um detento que tinha seus pertences roubados, algo que a mãe trazia numa visita para o filho e, quando ela ia embora, outro pegava. A Falange Vermelha veio para criar leis de convivência, um código de conduta, pedir respeito ao preso, isso era necessário — disse na ocasião
Professor foi casado por mais de 30 anos com Simone Barros Correa de Menezes, que o conheceu ainda quando era detento na Ilha Grande. Ele teve quatro filhos.
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Em 1984, houve uma grande operação na comunidade para prender Escadinha. Seis policiais estavam num local da favela chamado Beco do Jamelão, quando ficaram cara a cara com o bandido e quatro de seus comparsas. Houve um tiroteio, dois agentes ficaram feridos sem gravidade, e todos os criminosos escaparam. Pouco mais tarde, quatro policiais morreram na queda de um helicóptero que dava apoio à operação. Segundo informações oficiais, a aeronave caiu após sofrer uma pane.
No ano seguinte, o traficante foi preso quando policiais o reconheceram por acaso, desarmado e sem seguranças, na Favela do Jacarezinho. Ele se entregou sem resistir e foi levado ao presídio na Ilha Grande. Mesmo sendo um bandido de alta periculosidade, Escadinha desfrutava de várias regalias.
No aniversário do criminoso, um ônibus levou cerca de cem moradores para a cidade de Mangaratiba, de onde todos pegaram uma barca da Companhia de Navegação do Estado do Rio até a Ilha Grande, onde houve uma comemoração que durou dois dias, com direito a feijoada, churrasco e muita cerveja.
Somente 40 minutos mais tarde, os agentes penitenciários perceberam a ausência do presidiário.
Rogério Lemgruber
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Rogério Lemgruber, o Bagulhão ou Marechal, ficou conhecido pela sigla RL. Ele foi criado na Favela do Rebu, em Senador Camará, na Zona Oeste, e costumava cometer assaltos a banco com seu irmão, Sebastião Lemgruber, o Tiguel. Em 1972, ele foi levado ao presídio da Ilha Grande, onde passou a maior parte da sua vida. Foi lá que conheceu o Professor e atuou na organização da facção.
Em janeiro de 1980, ele conseguiu escapar da ilha de barco. Após idas e vindas do sistema carcerário, ele morreu vítima de insuficiência hepática e diabete, em 29 de maio de 1992.